quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Linhas Cruzadas - O Processo I
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Brincando em cima daquilo
Definição "Daquilo"
Palco - é o local para a apresentação de artistas em peças de teatro, dança, grupos musicais e outros. Em nossos dias os palcos são construídos com três tipos básicos: palco italiano, palco de semi-arena e palco de arena.
1º - Palco italiano: onde os espectadores ficam apenas de frente. Geralmente situa-se mais distante da platéia.
2º - Palco de semi-arena: constituído de uma plataforma que avança pela platéia, ficando esta disposta em semicírculo ao seu redor. Ele aproxima mais os espectadores do ator.
3º - Palco de arena: área circular situada no meio da platéia. O público senta-se em uma arquibancada a seu redor. Geralmente, os teatros de arena são muito grandes, de modo que os atores e o público mantêm uma relação mais estreita.
4° - Palco elizabetano: Tem a característica de um palco misto. É um espaço fechado, retangular, com uma grande ampliação de proscênio (em formato retangular ou circular). O público o circunda por três lados: Retangular, circular ou misto.
Essa é a definição pragmática. A definição técnica é importante, mas eu prefiro a definição poética. É o quadrado ou o círculo mais sagrado e divertido! É mágico e gratificante "brincar em cima daquilo"!
Peter Brook, respeitado diretor de teatro e cinema britânico, coloca as seguintes questões: "Qual a diferença entre um homem que, imóvel no palco, consegue chamar nossa atenção e aquele que não consegue fazê-lo? Por que, muitas vezes, saímos do teatro com a sensação de ter passado uma noite insípida, apesar de o espetáculo assistido ser dotado de excelentes recursos técnicos e interpretado por bons atores?Ou, então, temos a mesma sensação com certos espetáculos tidos como “culturais” e impregnados de grandes teorias teatrais, ao passo que uma peça muito menos pretensiosa, com um tema bobo e interpretações simples, parece-nos muito mais encantadora. A diferença é a presença desta faísca, uma pequena centelha que acende e dá intensidade a esse momento comprimido, destilado, pois é a presença da vida que faz com que o que está sendo apresentado torne-se interessante."
Sabe o que mais?! Brincar em cima daquilo faz toda a diferença! Os Ostros brincam de se lambuzar com marmelada! 'A principal responsabilidade do ator é preparar o terreno e tornar as condições favoráveis para que a “Centelha da Vida” aponte no momento certo, pois a vida impregna o palco somente se o ator for convincente.' (BROOK, Fios do Tempo.).
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Vestir a personagem.
Deixo essas frases do Stanislavski, que definem bem esse processo de criação, que é único.
“ Em nossa arte é preciso viver o papel a cada instante que o representamos e em todas as vezes. Cada vez que é recriado tem que ser vivido de novo e de novo encarnado.”
“O ator cria, em sua imaginação, o modelo e depois exatamente como o pintor, toma cada um dos traços e o transfere não para a tela, mas para si mesmo.”
“A arte não é vida real e nem sequer o seu reflexo. A arte é, por si só, criadora, cria sua própria vida, plena de beleza em sua abstração, ultrapassando os limites do tempo e do espaço.”
Citações: livro "A preparação do ator" do Stanislavski.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Até a Rainha Elizabeth II já viu!
O que os outros que não somos nósOSTROS (!) dizem sobre a peça?
New Statesman (D.A.N. Jones)
It is as if a brilliant child has gathered up the dirty glasses after an adult party and mixed the stale leavings into something resembling a champagne cocktail.
Sunday Times (Harold Hobson)
This is a comedy of mistaken identity ingeniously worked out so that the one sensible word which would shatter the play into nothing is convincingly never spoken.
The Times (Irving Wardle)
Relatively Speaking is a single-minded contribution to the theatre of pleasure; and for once I am compelled to admit the existence of a good play that has practically nothing to express…. He [Ayckbourn] tackles the theme simply as a game to be played as brilliantly as possible, and for once ‘brilliant’ exactly describes the result.
The Stage (R.B. Marriott)
[Relatively Speaking] is stylish, in the sense it has it own distinctive, fine quality in approach and writing; witty with a comic sense that springs from penetrating observation of character, and is not merely the outcome of situation or superficial behaviour; and has depth because the author is saying something of importance while he endeavours to entertain. It is the best comedy seen in the West End for a considerable time.
What’s On (Kenneth A. Hurren)
Relatively Speaking may not be the most distinguished and elevating play of our time, but I shall burn a boat and say that, if it does nothing else, it exploits the business of mistaken identities more successfully than any piece on the English stage since Goldsmith’s She Stoops To Conquer. Actually, it does nothing else. Which is not a complaint. I merely mention it, not irrelevantly, but to emphasise the wondrous extent of Mr Ayckbourn’s expertise. He juggles with his single joke for some two hours, but with such skill and variety that the laughter it provokes is virtually continuous.
Fonte: http://relativelyspeaking.alanayckbourn.net/RS_Reviews.htm
Éeeeee... dá trabalho...
Quanto de madeira vamos gastar???... e de tinta???... que espessura???... qual é o tamanho???... e as medidas???...qual cor???... e a textura???... qual será a altura???... e a profundidade???... largura???... pode fazer um orçamento???... o que mais vamos precisar???... ah, isso também???... como vai fechar???... e para transportar???... pode dobrar no meio???... não vai ficar mal acabado???... e pra não ficar???... vai dar pra colar???... como faço???... precisa mesmo de tudo isso???...
E as perguntas não param quando falamos de cenografia...
Guilherme Pinheiro agora ficou responsável, e muito feliz por isso, por fazer a cenografia da peça Linhas Cruzadas!!! Colocando no papel todas as idéias do diretor Carlos Eduardo Carneiro, e com o apoio de todo o grupo, o cenário da peça está finalmente saindo!
Aos poucos esse sonho está se construindo... e o vemos cada dia mais próximo!
E o moleskine está cada dia mais cheio!!!
O que o próprio Sir Alan Ayckbourn tem a dizer sobre a peça?
"The launch of my play Relatively Speaking in 1967 in London's West End, when I was still under 30 [was my big break]. It came a the right time: it was a French window play at a period when most plays were set around kitchen sinks. I think the critics breathed a collective sigh of relief: instead of dirty dishes and angry northerners they had shiny southerners having breakfast in the sunshine."
(The Guardian, 5 October 2010)
“I tend to wince even now when people say - thirty four [currently 75 as of 2011] plays later - that this is still the best thing I've written.”
Extraídas da sua página oficial. Visite:
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Alan Ayckbourn quotes
Algumas citações de nosso querido autor Alan Ayckbourn:
“Few women care to be laughed at and men not at all, except for large sums of money.”
“You might as well have put her on a stage eating a plate of spaghetti and put a rope round her chair instead of putting her in a theatre where she wasn't at home and was struggling.”
“He really is terribly heavy going. Like running up hill in roller skates.”
“We don't discuss anything anyway. Unless it appears on Patrick's official breakfast-time agenda. And that consists mainly of food. Minutes of the last meal and proposals for the next.”
“It couldn't have happened to a nicer person and it's a most fitting award.”
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
XEREZ, SHERRY OU SHEILA?
Xerez é o sinônimo de Sherry, o próprio nome “Sherry” foi criado pelos britânicos porque não conseguiam pronunciar “Jerez” (Xerez)! Pessoa charmosa, expressiva, muito criativa e um tanto curiosa. Tem uma certa dificuldade na concentração e como gosta de compartilhar tudo com os outros é o tipo de pessoa que não consegue guardar suas idéias só para si. Sempre de bom astral, é daquelas que adora festa!! Só tem um problema em enfeitar demais a realidade, exagerando na dose e não conseguindo controlar sua mania de falar. Pode criar a imagem de fofoqueira. Hummmm??? Mera coincidência? Sheila cruzadas, linhas na Sheila, Cruzadas na Sheila, Sheila no Sherry, Xerez nas cruzadas, Sherry no Xerez..... LINHAS CRUZADAS A PEÇA!!!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Segredos de Sheila I
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Com a licença poética de Raul
Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal (ah, que chato!)
e fazer tudo igual (muito chato, não?!)
Eu do meu lado, aprendendo a ser louco (nem é tão difícil, vai?!)
Um maluco total (oba, "now, we're talking!")
Na loucura real (mas longe dos jardins da rainha mãe, por favor, sim?!)
Controlando a minha maluquez (não se esforce tanto!)
Misturada com minha lucidez (ahhhh, sherry ajuda incrivelmente e depois você se expressa no papiro; sabia que o papiro é uma linda árvore?!)
Vou ficar (mesmo?!! que bom!)
Ficar com certeza (fico muito contente!)
Maluco beleza (wonderful!)
Este caminho que eu mesmo escolhi (veio de longe? ah, e de trem?)
É tão fácil seguir (claro que é, meu querido, você fica lá sentadinho,,,só apreciando a paisagem!)
Por não ter onde ir (como não? Vila Meadows, Hartford, Condado de Bucks!)
Controlando a minha maluquez (ah, deixa disso!)
Misturada com minha lucidez (muito bem! sempre temos uma misturinha na temperatura certa!)
Vou ficar (como?!)
Ficar com certeza (será mesmo? pense bem...)
Maluco beleza (ah, bom, isso, sim!)
Eu vou ficar..... (ficaremos todos, querido!)
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
As Linhas e Chico...
Vida de ator.
O Ator
“Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o suficiente para ele permanecer indiferente às desgraças ou alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu na sua vida.Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingí-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que por desencanto ou medo se sujeita, e inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos onde não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator.O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade e, sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de sua personagem, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajante solitário, sem bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter não é o dinheiro, não são os aplausos. É a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica.” Plínio Marcos